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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Fui promovido a escritor de quinta, quinta colocação em minha rua, mas também escrevo às quartas, terças etc.

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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lançamento do livro

Pessoal,

O lançamento do livro está marcado para o dia 15 de dezembro de 2011, de 17h00 às 19h00, na Escola Municipal Prof.ª Eleonora Pieruccetti, Av. Bernardo Vasconcelos, 288 - Cachoeirinha - Belo Horizonte.

Aguardem os convites (que conterão minimapa do local, de facílimo acesso), a serem distribuídos no final de novembro.

A partir da 2ª quinzena de dezembro, o blog volta ao "normal".

Abraços,

Pedro Jorge Fonseca

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Recesso

Caríssimos e raríssimos leitores,

Em setembro, outubro e novembro, este blog está em recesso. Deixarei de fazer postagens preparando-me para o lançamento de meu primeiro livro, que se dará, se Deus permitir, no final de novembro. Deverá haver uma seleção de postagens daqui, mas também vários textos inéditos.

Obrigado. Grande abraço,


Pedro Jorge Fonseca 


domingo, 21 de agosto de 2011

O que vai chegar



O livro deve ser o filho que não tive. A confissão que não fiz. A lembrança promovida à perenidade.

O livro deve ser um sonho, com o qual muitas vezes somos injustos, não nos recordando de várias partes boas.
O livro deve ser resultado de uma briga dentro de mim: sou poeta, sou autor de crônicas com pretensões reflexivas, ando tecendo memórias ou minha praia é o humor?
O certo é que, no livro ainda nem aberto, serei outro, síntese, mistura, extrapolação, semente, artista pela primeira vez a se mostrar inteiro – ou menos quebrado.
O livro deve dizer dos amores, dos sabores, dos valores, das estranhezas, das perplexidades da vida e dos ossos do ofício. Nisso tudo, a mais óbvia, a mais contraditória e a mais genialmente definida sina do homem: “a dor e a delícia de ser o que é”.

O livro é fruto: muito trabalho, daquele tipo mais valioso, que parece nada valer. É produto inacabado. Mesmo depois de pronto, o será.
O livro que espero, pelo qual me esmero, faz-me lembrar uma canção de Toquinho: “Voa coração, que ele não deve demorar...”. É como se agora eu o estivesse tocando.

Chegou no vento



Eu não quis este poema
Mas ele se criou
Pensei não valer a pena
Mas o vento me ditou
Pequeno assim mesmo
Desse jeito, madrugada,
Como quem não quer nada
Ele se deu ao papel
Coisa bem tipificada:
Barriga de aluguel

Entranhas

Teço estas linhas
Para me entreter
Pra me conhecer
Pouco a mim me dou

Teço estas linhas
Pra me consultar
Me autoanalisar
Deep in my soul

Teço estas linhas
Costurando bem
O agora, o além
E o que já passou

Teço estas linhas
De tecido fino
Leve, feminino
De emoção eu sou

Teço estas linhas
À craque de outrora
Seu amor à bola
É que ornava o gol

Reles e tamanhas
São meio estranhas
Tudo são entranhas
Aonde nem eu vou

Não há energia como a da natureza

Clique na imagem para ler a notícia (c0m um segundo clique, a página se amplia um pouco).


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mundo da lua


Mundo da lua

Ainda mais hoje
Com esse luar
Ando na rua
E o olhar foge
Pra se encontrar
Não sei onde
Se em Pitangui
Ou bem mais longe
No Taiti
Quase tropeço
Num meio-fio
Mas não tem preço
Olhar pra cima
Meio com frio
Cantar por dentro
Perder a hora
Ao som do vento
Poetar por fora

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ludicidade


Escrever é jogar com as palavras. Às vezes elas estão de bom humor e aparecem quando a gente quer e se encaixam onde a gente determina. Outras vezes elas brincam de esconde-esconde, o que só vem a confirmar a definição do começo deste parágrafo.

O escritor, portanto, é uma criança tentando dominar seu dominó. Nem sempre tem a pedra exigida pelo jogo, mesmo que ele, escritor, seja pouco exigente.

O melhor mesmo é ler, pois, assim, a palavra nunca deixa de se nos revelar. No máximo, está na página ao lado ou no verso da folha.

Alguém se torna escritor, suponho, por uma suposição – até certo ponto discutível – de que ainda há algo a ser escrito, seja pela beleza, pela precisão, pelo caráter inspirador, pela graça ou por se constituir esse legado num delicioso passatempo.

Uma outra teoria assevera que escrever é uma necessidade, comparável à alimentação. Mesmo se ninguém se alimentar do nosso texto. O escritor teria, assim, uma carência, uma falta, somente suprida quando, após deparar com palavras solícitas, bem-humoradas, e com outras fugidias, parte de sua obra chega ao fim – nos dois sentidos.

Pensando melhor, talvez escrever seja deixar que as palavras brinquem com a gente. Afinal, quem é que dá as cartas nesse jogo?

domingo, 31 de julho de 2011

Alma agricultora


Agosto. Aqui do lado de baixo do Equador, quase sempre, o frio já bate em retirada. O vento, porém, fica mais bravo, sobretudo onde moro, literalmente onde ele faz a curva.

Agosto me lembra uma bela canção, do chamado “sertanejo de raiz”: Terra tombada, composta por Carlos Cézar e José Fortuna – infelizmente dois ilustres desconhecidos. Ultimamente eu, um amante de música dos mais ecléticos, estou tendo uma certa “preguiça” de música caipira, mas para esse clássico abro uma exceção.

Em agosto parece que nos damos conta de que os anos não duram tanto – tampouco nós, depositários, quando muito, de várias dezenas deles. Começa o começo do fim do ano. Daqui a pouco os shoppings, cada vez mais precocemente, já se enfeitam para o Natal.

Agosto é tempo ainda de corrigir a rota, de resgatar os projetos de começo do ano, de plantar o amor, como diz a canção.

Agosto é tempo de se preparar para setembro, quando, como canta Beto Guedes, a boa nova andará nos campos e os corações serão mais sensíveis e mais generosos.

Agosto, ao contrário de trazer mau agouro, é calendário promissor, esperança a renascer, solo prenhe do tempo, hora de lançar na terra fértil a semente dos sonhos e das flores que a primavera trará. Ah! E ainda faltará colher os frutos... Somente uma alma agricultora, sem pressa, após as chuvas, poderá obtê-los.