Ouvi essa excelente piada, suprimi o palavrão que havia no final e dei ao texto meu toque particular, inventando alguma coisa e floreando alguns trechos. Não mexi na essência e acho que continua boa:
A CIA, o FBI ou a Interpol, sei lá, foram a um país árabe prender um terrorista que estava assaltando bancos para financiar o recrutamento, a seleção e o treinamento de homens-bomba.
Depois de dezenas de roubos bem-sucedidos, cometidos ao lado de fanáticos também muito ousados, o líder radical mantinha uma grande fortuna escondida em um cofre do qual somente ele tinha a chave. E a chave estava num local incerto e não sabido, a não ser pelo próprio, guardada a outras sete chaves.
Chegando ao país, os agentes conseguiram deter o extremista, mas não falavam árabe. Como a notícia da prisão foi fartamente anunciada, apareceram dezenas de advogados vivaldinos e bilíngues querendo ajudar nas investigações e nas interpelações que se fariam ao bandido.
Os policiais estrangeiros, sem saber a quem escolher, sabiamente pediram para que eles escrevessem, em inglês, o seu projeto de trabalho, a sua formação profissional, a sua experiência em casos desse gênero e quanto cobrariam por um mês de dedicação exclusiva à penosa tarefa. A proposta menos onerosa de um causídico considerado à altura da encrenca seria a escolhida.
Para espanto geral, entre as pretensões de ganhos de dezenas de milhares de dólares, juntamente com algumas mais modestas (US$ 8.000,00, US$ 7.200,00 etc.), apareceu um caridoso a se oferecer de graça. Tinha excelentes conhecimentos de inglês e um maravilhoso currículo. Foi o eleito, mas não sem uma pergunta óbvia:
– Por que o senhor não quer remuneração?
– Já sou muito rico, modéstia à parte. E sou amigo de um dos donos de banco assaltados. Farei isso por ele, por amor à minha pátria, à minha fé, que está sendo deturpada por esse fanático, e por amor à verdade.
Então tá.
Após alguns dias de trabalhos preliminares, começa o interrogatório:
– Onde está o dinheiro?
– Não direi jamais. (O sujeito, obviamente, falou em árabe, que foi corretamente traduzido para o inglês e significa exatamente o que está aqui escrito.)
– Onde está o dinheiro, seu crápula? (Deram-se-lhe vários socos.)
– Não direi. (O sujeito, obviamente...)
– Onde está o dinheiro, seu mensageiro do mal? (Feriu-se-lhe o pescoço.)
– Está no... (pausa de três minutos) – Está no... (O sujeito, obviamente...)
– Onde? Fale ou morrerá agora. (Encostam o revólver, em ponto de bala, na cabeça do infeliz.)
– Al quen jazira al alaal terém abdal massud ajalal assonal meelecaal reêntibit.
O rapaz resmungou exatamente, em árabe, onde estavam as chaves, a chave e o cofre. O caminho completo para a grana.
Os agentes policiais ficariam em êxtase:
– Dobramos facilmente esse estrume! O que ele disse, senhor advogado?
– Ele disse "vocês, ocidentais de m..., não são machos pra disparar essa meleca".
Ouvem-se três tiros, a explodir a ideia de quem acabara de sucumbir às ameaças e à truculência e resignara-se a entregar o ouro às pessoas certas.
(A esperteza dos advogados é globalizada.)
Ainda assim, resolveu-se dar uma gratificação de US$ 50.000,00 ao colaborador benevolente. Ele doou-a, alardeando aos quatro ventos, a uma instituição filantrópica. Ficou somente com a grana do cofre mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário