
Tem dias em que a alma não chora,
Não ri, não reclama, não chia,
Tem dias, tem noites, tem hora
Em que meu ser só poesia.
Tem folhas a escrever à espera
Do conto, da emoção, da magia,
Mas não lhes dou prosa. Pudera:
Eis que meu ser só poesia.
A beleza que invadiu sem aviso,
Tão bela, por fora eu nem via,
Já brota, dividi-la eu preciso,
Pois que meu ser só poesia.
De onde vieram essas rimas
Enfeites da outrora vazia
Página tão só dessas Minas
Em que meu ser só poesia?
Ah! Eu não sei. Só as achei
Louquinhas por achar esta via
Em que, nada tendo, era rei
Vendo-a, silente. Sorria.
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