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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Fui promovido a escritor de quinta, quinta colocação em minha rua, mas também escrevo às quartas, terças etc.

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Menos teologia, mais solidariedade



Alguns teólogos tentam explicar os grandes tsunâmis, os grandes cataclismos, as grandes tragédias, inclusive o terremoto no Haiti no dia 12 de janeiro.

Se fosse crível a hipótese de castigo divino, em função de um suposto pacto do povo haitiano com as forças do mal, para libertação da França, haveria algumas consequências:

- se foi vontade de Deus, eu não tenho, como cristão, o direito de me indignar, de sofrer, de ter pena das vítimas, de ajudar a reerguer o país - eu teria, resignado, de aplaudir;

- o que Zilda Arns - um exemplo de cristã que aliava fé, militância, compaixão, dedicação e amor pelos desassistidos - tem a ver com isso?;

- já bastaria a uma grande parte dos haitianos servir às trevas e receber de seu Príncipe a retribuição que ele - que é MAU e vem para "roubar, matar e destruir" - lhes tem dado: guerra, fome, discórdia, devastação, fracasso como país, governantes, na história recente, da pior estirpe e situação de penúria e dependência frente ao mundo;

- mesmo não havendo previsão bíblica de que os terremotos do final dos tempos seriam destinados a nações corruptas, desobedientes ao Evangelho, ocultistas ou materialistas ao extremo, teríamos que abandonar o conforto da Palavra de Deus de que "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim" (Lamentações de Jeremias 3:22) e esperar o furor divino, desassociado de qualquer fator geológico ou ambiental, também sobre nosso povo - e sobre cada pecador, individualmente.

Deus é amor! Se descrermos disso, até em função de qualquer outro atributo do Senhor, seriam mentirosas as viagens e pregações de missionários mundo afora - inclusive ao Haiti - dizendo "Jesus te ama" a todos.

Por outro lado, como conciliar essa verdade com o fato de Ele permitir que catástrofes aconteçam? Não sei, não sei, não sei! Vamos nos dar o direito à PERPLEXIDADE, como o apóstolo Paulo. Mesmo cheio de experiências com Deus, certezas, revelações, doutrinas e convicções, teve seu momento "não tem explicação":

"Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém". (Romanos 11:33-36)

Quem conheceu a mente do Senhor? Certamente não foram esses que, em nome da teologia e do fundamentalismo, admitem que Ele possa às vezes desistir de ser misericordioso, desde que não desista de se revelar somente a eles, os "entendidos", os "iluminados", os que têm as respostas prontas e definitivas.

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