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Fui promovido a escritor de quinta, quinta colocação em minha rua, mas também escrevo às quartas, terças etc.

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sábado, 3 de abril de 2010

O Cordeiro de Deus (Agnus Dei)


- Texto de JANEY COSTA, publicado no ESTADO DE MINAS de 03.04.2010, Caderno “Gerais” – Especial Semana Santa, página 24 -

“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Livro do Profeta Isaías, capítulo 53, versículo 15)

Seu ministério durou apenas três anos, mas, passados mais de dois milênios, suas palavras permanecem vivas. Oferecia aos homens a perspectiva do contato mais próximo com o Reino de Deus. Ele é o caminho, a verdade e a vida, a linha direta com o Pai. Por Ele, sem intermediários, seria possível a qualquer um estar na presença de Deus. A boa-nova anunciada por Ele ainda leva esperança e consolo aos aflitos junto com a promessa de uma vida eterna e plena no paraíso. Bastava crer, e todo aquele que O seguisse como discípulo se tornaria, também, por Ele, igualmente filho de Deus, garantindo assim um lugar na eternidade à direita do Pai.

Séculos antes de seu nascimento, os profetas de Israel já anunciavam sua vinda. Era esperado como o Rei dos Reis que nascido da linhagem do rei Davi, viria para libertar seu povo e instaurar um reinado que jamais teria fim. Mas, como previram as profecias, os seus não o reconheceram, abandonado e traído por sua própria gente, foi condenado, torturado e morto. Morte de cruz, suplício e vergonha reservada geralmente ao piores bandidos.

Jesus foi executado fora da cidade de Jerusalém no Monte Gólgota, que em aramaico significa caveira. Segundo suas próprias palavras, ao derramar seu sangue na cruz, Cristo encarnou a figura do cordeiro pascal imolado para a expiação dos pecados e cumpriu, com seu sacrifício perfeito, a lei revelada a Moisés.

O propósito do sacrifício de Jesus pode ser compreendido com mais clareza se voltarmos no tempo até os dias de Moisés, cerca de 1.500 anos antes do nascimento de Jesus. Nessa época, o povo judeu amargava o cativeiro e a escravidão nas terras do Egito.

Autor dos cinco primeiros livros do Velho Testamento da Bíblia (e também da Torah judaica), cabia a Moisés, a missão de libertar o povo da escravidão e conduzí-lo à Terra Prometida. A tarefa rendeu vários confrontos com o Faraó que se recusava a abrir mão de seus escravos. Contam as escrituras que a cada recusa do soberano o Deus dos judeus enviava uma nova praga sobre o Egito. Foram 10 ao todo. A última delas, foi também a mais terrível: Deus ordenou que o anjo da morte visitasse as terras do Faraó ceifando a vida de todo o primogênito nascido em solo egípcio. Para preservar sua gente, Deus também instruira a Moisés que ordenasse ao povo que cada família tomasse um cordeiro, macho, sem defeitos e o sacrificasse. Com o sangue do animal imolado uma marca deveria ser feita nos umbrais da porta de cada lar hebreu. Desse modo, durante a passagen do anjo, os primogênitos dos judeus seriam poupados. Diante da enorme comoção gerada pela morte de seus filhos, o faraó não teve escolha senão permitir a partida dos hebreus, que levaram consigo também seus bens e seu gado.

A páscoa judaica, ou o Pessach, celebra a libertação do povo de Deus do cativeiro e a figura do cordeiro representa o sangue derramado pelo perdão dos pecados. Assim, ao deramar seu sangue pela libertação do homem Jesus personifica a figura do cordeiro oferecido pelo próprio Deus como sacrifício perfeito para que todo aquele que nele cresse fosse liberto e encontrasse a salvação e também a vida eterna.

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