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Fui promovido a escritor de quinta, quinta colocação em minha rua, mas também escrevo às quartas, terças etc.

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Teresina e lonjuras adjacentes

Onde já se viu um cabra querer conhecer Teresina? É difícil entender, assim como é difícil decifrar a letra de Cajuína, de Caetano Veloso. Pois é, lá estivemos, A PASSEIO, eu e o primo Carlos Alberto.

Foi a penúltima escala de nossa aventura terrestre, que, em 1986, começou em Belo Horizonte, passou
– entre outros sítios por Maceió (cerca de 30 horas de busão direto), Recife, Fortaleza, interior do Ceará, e Piripiri, já no remoto Piauí. Lá está o Parque Nacional de Sete Cidades, importante sítio arqueológico, de onde fomos para Teresina.

Da capital piauiense – que ostenta o recorde de cinco vogais juntas –, partimos para São Luís, Maranhão, última escala antes da volta aérea direto para Minas. Pela Vasp, lembram-se? O deserto, digo, aeroporto de Confins já existia.

Antes de me condenaem pela loucura, explico: sempre quis ser professor de Geografia e começara a fazer o curso um ano antes da viagem. E, se me lembro bem, tinha o visto da FUNAI.

O interessante de viajar pelo Nordeste é que a gente vê placa na estrada “ponte sobre o rio tal”, e nada de água.

Além dos rios virtuais, estive em praias belíssimas e na inesquecível Fortaleza, revisitada recentemente. Conheci também o lugar com mais cara de fim-do-mundo jamais visto: Sobral, no interior do Ceará. Mais fim-do-mundo que Jaboticatubas, na Grande BH.

Por falar em fim-do-mundo, de quase todos os grotões, no mais longínquo sertão, há ônibus direto para São Paulo, quase sempre da Itapemirim. Sampa é realmente o sonho de onze entre dez Raimundos Nonatos.

Mas, voltando (ou chegando) a Teresina, a cidade realmente existe (!!!), não é pequena, é simpática, às margens do Rio Parnaíba, já na divisa com o Maranhão. A única das nove capitais nordestinas localizada no interior, longe do mar.

Não há muito o que fazer, a não ser tirar retrato do belo Palácio do Governo (onde já se alojou o folclórico Mão Santa) ou pensar numa crônica sobre uma viagem quase indefensável.

Mas não se pode deixar de registrar um elogio ao povo da região, hospitaleiro, prestativo, alegre, apesar da pobreza, da seca e dos coronéis.

Agora, quando participar de papos com bacanas viajados por meio mundo (Paris, Moscou, Tóquio, Sydney, Istambul, Florença, Praga, Bariloche, Cairo, Dubai e o escambau), posso derrubá-los: “Você conhece Teresina?”. Se a provável resposta for não, vou me sentir o máximo.

Finalmente, registro que, não poucos anos depois, já com Idalina no cangote, conheci Salvador e Aracaju. E, em 2009, passei a fazer parte do seleto subgrupo de 0,37% dos brasileiros que conhecem todas as capitais do Nordeste, com visita de quatro dias à bela Natal, Rio Grande do Norte, e de duas horas à aconchegante João Pessoa, Paraíba. A conta certa do almoço mais meia dúzia de fotos. Eta nóis! E viva o suco de cupuaçu!

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