(Voltemos a 2006, quando escrevi este artigo na coluna Em paz com o vernáculo, que mantinha no informativo PERNAS LEGIS, da Associação Mineira dos Oficiais de Justiça Avaliadores - AMOJUS. O retrato do jornal era do final do milênio passado, época em que eu ainda tinha cabelo.)
Ultimamente ando maravilhado com a tecnologia. A última pérola é uma câmera digital que emagrece os fotografados. Vou contar a novidade ao meu endocrinologista e comer uma pizza pra comemorar. O progresso científico da humanidade resolve quase tudo, exceto a calvície, conforme este articulista conversava com um meirinho rico em estrutura capilar no ótimo baile da Amojus.
Os bons ventos da modernidade nos trarão também o processo virtual, o fim da montanha de papéis. Várias experiências bem-sucedidas no Judiciário brasileiro foram apresentadas em recente workshop na Escola Judicial Des. Edésio FernandesEJEF. Brevemente, trabalhar na Justiça será mais fácil, embora FAZER justiça continue desafiador e difícil. Conciliar e descomplicar será nosso papel, como quer o Presidente.
Então, que venha o futuro!, a ser enfrentado com profissionalismo e criatividade. Em vez de preocupar-se com o amanhã, o servidor escondido atrás dos calhamaços e sem ter mais espaço onde guardá-los pode ir se alegrando: o dia-a-dia vai ser mais interessante, e as tarefas enfadonhas (carimbar, numerar folhas, organizar escaninhos etc.) ficarão no pretérito. Com outra vantagem: ficará quase impossível ser desorganizado, mais uma grande contribuição da virtualidade, inclusive para mim.
Entretanto, há efeitos colaterais nefastos, que nós, os professores, já sentimos: ninguém mais liga pra perguntar se jiló é com g ou com j nem cede à tentação de escrever, com o editor de texto, empecilho com i nem item com acento: o avô dos burros (o computador) ficaria vermelho de raiva. Ninguém sapecará, impunemente, o absurdo adero, do verbo ADERIR o certo é adiro; nem opito, do verbo OPTAR o certo é opto, semelhante ao adjetivo apto. E o advogado menos culto, se informatizado e atento, não pagará o mico de alegar, por escrito, que seu cliente está sendo xingado com palavras de baixo calango, como aqui já se registrou.
No mais, salve o voleibol brasileiro!, campeoníssimo com o Giba e seus companheiros; e quase com as meninas, que também deram show no Japão, ao contrário dos superstars na Alemanha. No futebol, felizmente, o destaque de 2006 não foi nenhum craque endinheirado, técnico mascarado ou cartola excêntrico, mas sim a torcida do Galo forte e vingador, merecidamente de volta à companhia dos bons.
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