Poeta de rima parca
Um cândido atroz
Rico e maltrapilho
Como se outro fosse
Eu que sou rio, foz
Deságuo e viro mar
Me enxugo e viro sal
Me provo e sinto mal
Antes eu fora doce
Contudo, logo após
Volto a me encharcar
Sou água a circular
Fracasso triunfante
Ermo cheio de gente
O mesmo e diferente
Sou do pouco um tudo
Nada a me acrescentar
Meu erro é ser assim
Negar-me ao dizer sim
Amar amiúde em vão
Achar que a vida é boa
E ter nisso razão
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