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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Fui promovido a escritor de quinta, quinta colocação em minha rua, mas também escrevo às quartas, terças etc.

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sobre o cinema, o lixo e o extraordinário

Para mim o cinema é uma opção de lazer das melhores que existem e, neste ano, os indicados ao Oscar trazem trabalhos belíssimos, três dos que já assisti, todos eles dignos da estatueta (Cisne Negro, O Discurso do Rei e Lixo Extraordinário).

Porém, tem um documentário brasileiro, o Lixo Extraordinário, que merece o título de extraordinário. Sua apresentação no site do Terra diz apenas:

"O documentário fala sobre o trabalho do artista plástico Vik Muniz com os catadores de lixo do maior aterro sanitário da América Latina, o Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro".

A gente às vezes imagina que um documentário é coisa maçante, que pode ser chato etc., mas esse é particularmente emocionante. O trabalho do artista plástico Vik Muniz é extraordinário, bem como o sujeito que se revela nesse trabalho.

O filme nos faz rir, chorar, pensar.

Como é possível passar todo o dia, dias, noites, vidas inteiras, na imundície, recolhendo restos e viver dignamente?

Por trás dos catadores, encontramos pessoas que passaram por dificuldades diversas e que retiram desses restos do consumo a sua sobrevivência. Vik lhes apresenta outra possibilidade: a invenção, a arte. O encontro desses catadores com o artista lhes amplia o universo, lhes abre as portas do mundo, e surgem novas soluções e invenções, que podem até dispensar o ofício de recolher os restos, ou não. Para muitos, esse trabalho virou o sentido de suas vidas.

Mas quase todos que tiveram com o artista esse "bom encontro", contingente, da ordem de um acontecimento, puderam relançar sonhos e partir para novos projetos de vida.

O filme nos revela, ainda, como alguns momentos difíceis na vida, em que, como dizemos, "estamos na lama", podem ser superados e trazer ainda o novo, o acontecimento.

Queria compartilhar essa experiência com vocês e sugerir que não percam esse belíssimo documentário.
(Maria Elisa Fonseca Goduardo Campos)

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