Essa minha constatação vem do fato de que tenho dado muita atenção às coisas mais insignificantes, tipo aquela inofensiva placa “puxe para fora” da Rua Caetés, e relevando outras placas mais importantes, como a de um banheiro feminino em que estive dia desses, mais precisamente no Milhão, BR-262, Município de Florestal-MG.
Para sorte deste incorrigível distraído, não havia ninguém do outro “gênero” lá dentro. Fiz meu xixi na maior tranquilidade, como se nada tivesse acontecido. Ao sair, porém, deparei com uma mulher, por sinal elegantérrima, e falei – de cabeça baixa e roxo de vergonha:
- Acho que estou no lugar errado...
Era melhor ficar calado e é claro: ela não respondeu, até porque deve ter suposto que eu possa ser doido de jogar pedra. Na verdade não estou nesse estágio mais, digamos, atlético da insanidade.
Mas há outro sintoma de minha escassa regulança: nessa mesma viagem do banheiro trocado, estando duas tias minhas juntas, perguntei, indiscretamente, a idade de cada uma delas. Depois das respostas, concluí:
- A tia Nívia é mais BARATA que a tia Lena. (Abafa o caso!)
Por essas e outras, deconfio que o mingau de milho verde do Milhão possa ser, além de muito saboroso, alucinógeno: a gente fica alucinado, no começo da viagem, pra chegar lá. Quando chega e o prova, fica sujeito a desvarios, por até três ou quatro horas. É o maior barato, principalmente misturado com Coca-Cola.
Pelo fato de minha herança familiar já não ser das mais bentas, eu deveria evitar esse mingau. É relativamente distante, relativamente irresistível, relativamente dispensável e absolutamente calórico. Talvez uns 3 a 5 quilos entres os 17 que preciso perder sejam responsabilidade dele. O pior é que, para complicar as coisas, com a estrada BH – Pitangui duplicada, colocaram o retorno, na volta, exatamente no ponto adequado às guloseimas daquela parada maravilhosa, cuja linguiça com pão-de-queijo deveria também ser expressamente proibida, a bem da saúde pública.
Não sou mesmo muito normal. Por isso o Milhão não pode me acusar de eu acusar o mingau (!!!) ali produzido de ser alucinógeno. Talvez mais que o colírio do Zé Simão, meu companheiro de episódios de higidez mental parca e seriedade pouca.
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