Sr. Joseph Blatter,
Sou torcedor da França. Mas foi mão. Até o Henry diria que foi mão. Veja a foto aqui. Tá na mão. Não abro mão da justiça. Não quero estar na contramão do espírito esportivo. Foi mão.
Dê a mão à palmatória, Sr. Blatter. Foi mão. Marque outro jogo, anule o gol, chame os universitários pra ver como se resolve isso. Ou leve o caso para um tribunal alemão. Mas não deixe um dos ideais da Revolução Francesa na mão. Foi mão.
Se quiser parecer bem na Fifa, digo, na fita, chame o próprio Henry pra dizer, em primeira mão, que foi mão. Tipo assim:
– Foi mão, gente. Foi mal. Não vou fazer mais isso mão. E, agora, mãos à obra, que a gente vai ter que disputar outra partida.
É isso aí: não deixe que metam a mão na Irlanda. Foi mão. Chegamos ao extremo de haver alguns políticos brasileiros acusados de graves desvios éticos e que quase nunca falam a verdade dizendo que foi mão. Uma mão lava a outra.
Essa mão-de-obra de juízes que não veem nada está fazendo os pobres adversários torcer em vão. Foi mão. Eu suponho que inclusive o Lula, que uma vez disse que não sabe de nada, tenha visto que foi mão. Nunca antes na história desse país houve uma mão tão mão assim. Ponha a mão na consciência, Sr. Blatter. Largue mão de não voltar atrás. Foi mão. A minha França não precisa de uma mãozinha.
Atenciosamente,
Pedro Jorge Fonseca
(Presidente do Manifesto Afavor da Onestidade – MAO*)
* tive de forçar um pouquinho a barra para até a abreviatura lembrar uma mão – mas a Fifa está forçando muito mais...
Olá Pedro!
ResponderExcluirAdorei o post... adoro uma ironia cáustica! rsrs... "Se quiser parecer bem na Fifa, digo, na fita, chame o próprio Henry pra dizer, em primeira mão, que foi mão." Fantástico!
Sua inteligência é um exemplo!
Bjos
Sucesso!!!!