Sinto-me, às vezes, com algum valor:
Chego a encantar a mim, embora
Venha-me logo o desencanto, a dor,
De ser quem sou – todo meu ser deplora.
Sou mesmo um misto, reles e alto,
Contradição é o que me vai na alma.
Quero a virtude mas com ela falto,
Repilo o mal e ei-lo da mão à palma.
O que me resta, senão um só lampejo,
Um desejar? Baste de ser assim!
Sigo, porém, em companhia ilustre.
Não difere o Apóstolo, o que faço eu
Se não alcanço ser o que almejo?
Bendigo o me envergonhar de mim
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