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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Fui promovido a escritor de quinta, quinta colocação em minha rua, mas também escrevo às quartas, terças etc.

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

From Pitangui to the world

Na terra do capitalismo, fazem de tudo para tomar, legítima e criativamente, o nosso dinheiro. Eu sabia disso, mas, ainda assim, surpreendi-me com a falta de limites da imaginação americana. É um dos temas dessas mal-traçadas:

Caminhava eu pelas ruas numeradas de Manhattan, onde nem o mais abobalhado sem-noção do planeta se perde. Eis que vejo uma portinha de comércio com o seguinte destaque: put your name in headlines ("coloque seu nome nas manchetes"). O sujeito trabalha com a primeira página de um jornal meio genérico e bota o que você quiser como destaque principal.

Lá com meus botões, pensei ser a redenção de minha terra (e do Bairro Pompeia) e já bolei a notícia em letras garrafais: Pedro Fonseca in NY – from Pitangui to the world. Passada uma hora, fui pegar a pérola, guardada até hoje, amarela e quase se desintegrando. Devem ter ficado lá uns dez dólares.

E não é que o vivaldino autor daquela cara brincadeira ficou curioso pra saber onde era Pitangui? “Where is Pitangui?”, perguntou, pronunciando “Pitângui”. “Brazil”, respondi, gastando quase todo o vocabulário. Naquela época ainda não éramos assim tão emergentes. Suponho que, mesmo com Z, meu Brazil não tenha esclarecido quase nada, com o novaiorquino tendo captado apenas ser pra baixo do México.

Mas agora, sim e não quando mancebo , é que de fato emergi de Pitangui para o mundo: este blog foi turbinado com o recurso de tradução simultânea para uma pancada de idiomas. É só clicar ali do lado esquerdo e meus rabiscos vão, por exemplo, para a língua da Coreia, agora sem acento e onde, certamente, não terei leitores antes de 2019. Uma excelente superfluidade, como a página de jornal personalidada trazida de Nova York.

Por falar em inutilidades, uma das melhores é a minha (pequeníssima) coleção de miniaturas de carros: é decorativa, constitui-se em um vício relativamente barato e não sou obrigado a conviver somente com automóveis cinzas e pretos, como na vida real. Ademais, constitui-se em um indício veemente de que sou, deveras, globalizado, inclusive nas cores.

Fico devendo, além de um assunto menos desinteressante, a reprodução da famigerada página, já sofrida com o tempo. Postá-la-ei em breve, ao lado dessa maravilhosa vista, fazendo um tributo também à terra em que só há subidas e, por isso mesmo, leva seus filhos para the top of the world. Eta nóis!

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